Metas de ano novo? Prefiro “sistemas de ano novo”
Lá em meados de 2017, na minha newsletter número 15, eu falei sobre a importância de termos metas pessoais para alcançar nossos objetivos…
Lá em meados de 2017, na minha newsletter número 15, eu falei sobre a importância de termos metas pessoais para alcançar nossos objetivos. Escrevi um breve texto defendendo a tese de que ter metas definidas — e, no meu caso, visualmente visíveis — nos ajudavam a tomar decisões que as beneficiassem. Como consequência essas metas seriam batidas.
Três anos e meio depois, eu venho humildemente falar que não penso mais assim hahah Na real, ainda acho que metas são importantes. Porém, elas não são NADA sem um sistema que as sustente, e aprendi isso no processo de escrita do E se fosse diferente?.
Nessa news antiga que recém citei, compartilhei que bati quase todas as metas que me propus. Só que isso não aconteceu somente porque eu as defini e coloquei-as em post-its na minha parede. E sim porque eu tinha uma rotina clara e consistente para cada uma delas.
Agora que estamos em um momento propício para falar sobre metas (quem aí já não está pensando nas metas de ano novo, né?), venho aqui como mensageiro do caos dizer que não adianta muito definir vários objetivos para vocês em 2021 sem criar um sistema/rotina/estratégia/método que os apoie.
Por exemplo, você quer perder peso. Quer perder cinco quilos até o Carnaval. Essa é sua meta. Mas como você vai fazer isso? Vai se exercitar três vezes por semana? Cinco vezes? Uma vez? Só quando tiver vontade? E nas férias, como vai ser? E naquela semana cheia de compromissos?
Qual a solução? Ao invés de apenas criar a meta, organize um sistema para fazer exercícios três vezes por semana, todas as semanas. E foque nesse compromisso. Provavelmente até o Carnaval você terá perdido os quilos desejados. Meio óbvio, né?
Metas têm esse problema. Elas dependem do seu comprometimento. E, como geralmente estão longe da gente, em algum dia do futuro que escolhemos como prazo final, é fácil procrastinar. É fácil se perder no calendário por achar que “no outro dia a gente compensa”.
Não que elas não sejam úteis. Metas como, por exemplo, “parar de beber refrigerante” são super eficazes. Basta internaliza-la e dizer “não” toda vez que alguém lhe oferecer ou você ficar com vontade de beber. Esse é o sistema.
Mas se a meta é um pouco mais complexa, é bom ter um plano para fazer ela acontecer. Depois de alguns meses do início da pandemia, eu comecei a escrever uma série de contos ficcionais que postava no meu Instagram. A ideia era escrever 10 contos, mas depois de 3 meses apenas 7 ganharam vida. Eu não tinha processo. O “plano” era ter ideias, escrevê-las e postar no Insta. As ideias foram surgindo, e eu fui escrevendo e postando. Quando elas pararam de vir, a série sumiu da minha rotina. Faltou um processo para dar seguimento à escrita (e que pretendo criar agora para o início do ano).
A meta é consequência de dedicação consistente. Se você quer aprender alguma habilidade nova, ficar mais perto da sua família ou desenvolver um novo projeto, sem um sistema vai ser difícil chegar lá. Não pare apenas nas metas, vá além e arranje para você a melhor rotina possível para fazer isso acontecer.
James Clear foi quem me ensinou isso e pode explicar um pouquinho melhor todo esse rôle aqui ou no vídeo abaixo: